domingo, julho 06, 2008

As baronesas de Piracicaba

Em descarada carona no assunto do Flanela, eu também resolvi postar algumas imagens e tecer meus comentários sobre nossa (Madame Letícia e eu) excursão sociológica no mundo do consumo de luxo em São Paulo.

Mas mérito a quem tem: o fato de toda a fiação ser subterrânea na rua Oscar Freire confere um ar de civilização sem par. Para quem, como eu, gosta de fotografar - mesmo sem o menor talento - a ausência daquele emaranhado de cabos é uma grata surpresa. Vejam as imagens abaixo: o belíssimo sobrado na esquina da Franca com Haddock Lobo, e uma panorâmica da Oscar Freire, no cruzamento com a Augusta.




Claro que nesse passeio diversas pérolas se nos depararam aos globos oculares. Graças à Lei Cidade Limpa centenas de fachadas e marquises foram postas abaixo e, tal-qual muitas das senhouuuras que vi flanando pelos arredores, mostraram o que havia por baixo da maquilage.



Em outro extremo, para ficar up-to-date é preciso muita textura e neocrááássico na fachada. Proporção? Simetria? Besteiras...



Considerado um dos templos do luxo na cidade, o restaurante Fasano tentou encobrir a vizinhança plebéia numa legítima - e bela - fachada neoclássica, com direito à hera e tudo o mais. Pena que ficou na fachada, como mostram as falsas janelas em ambas extremidades...



Mas para coroar nossa expedição, um belo exemplo de cidadania e respeito às leis: o cidadão estaciona seu bólido bem diante da saída do caixa automático - com notável guia rebaixada.



Vemos na imagem um dos motoristas barrados com ar de impotência diante da cena. Dentro do carro imediato uma simpática jovem (sim, caros leitores, reparei muito bem na moçoila) levava as mãos à linda cabecinha, inconformada com a situação.

Mas para encerrar esta modesta porém sincera reportagem investigativa e - por quê não? - denunciativa, um outro ângulo da simpática família que atravessava Óxxxcarr Frrreirrre alheia às tendências da moda... nos últimos 60 anos.



Boa semana!

PS: não concordo em absoluto com o título pejorativo de "Piracicabas", mesmo porque a local de origem não tem nada a ver com atos de cafonice e peruíce do
cerumano. Quem me conhece sabe que eu sou do interiorrrrr.