Todo dia 17 de dezembro meus pais comemoram aniversário de namoro. Não sei ao certo quantos são, mas só de casamento já se vão 34. Enfim, sempre nesse dia invariavelmente meu pai assalta o jardim e adorna algum recipiente – vaso, copo, chaleira, o que estiver à mão – com algum, digamos, insólito arranjo floral. Enfim, o que conta são as intenções, não é verdade?
Tantos anos juntos e se dão bem que até causa espanto. Têm suas brigas, sim, mas hoje em dia cada vez mais raras. Dependem um do outro, gostam de conviver, de conversar, de fazer coisas juntos. Mas isso não impede que brinquemos que, se minha mãe morrer, ele precisa de uma mulher para ajudá-lo a se vestir para o velório...
Conto nos dedos os eventos em que um dos dois foi sozinho. A primeira vez, inclusive, causou espanto e comoção na família: haviam se separado? A Ivone sozinha, cadê o Silvio? Foi um deus-nos-acuda!
Reza a crendice popular que quanto mais tempo passam juntas, mais as pessoas se tornam semelhantes umas com as outras. Isso ainda não aconteceu com eles, mas têm uma união que impressiona. Para ilustrar isso, conto o que ouvi, acredite quem quiser. Vendo o peixe ao preço que comprei...
Meu pai acordou contando do sonho que teve: que minha mãe pedia sem parar umas garrafinhas de Coca-Cola, e tomava uma, duas cinco, dez. Na verdade o que havia lá dentro era cuba-libre, o único drink que meu pai sabe preparar – e faz questão de oferecer a qualquer visita aqui em casa. Mas ele sonhou que ela tomava diversas garrafas de cuba, sem nunca se saciar.
Pois bem, nessa manhã minha mãe acorda com a cabeça estourando, estômago embrulhado, como se tivesse tomado um porre. Disse que não sabia o motivo de tal mal-estar, até meu pai contar sobre o sonho que tivera.
Acho que a isso é que se dá o nome de cumplicidade...
Tantos anos juntos e se dão bem que até causa espanto. Têm suas brigas, sim, mas hoje em dia cada vez mais raras. Dependem um do outro, gostam de conviver, de conversar, de fazer coisas juntos. Mas isso não impede que brinquemos que, se minha mãe morrer, ele precisa de uma mulher para ajudá-lo a se vestir para o velório...
Conto nos dedos os eventos em que um dos dois foi sozinho. A primeira vez, inclusive, causou espanto e comoção na família: haviam se separado? A Ivone sozinha, cadê o Silvio? Foi um deus-nos-acuda!
Reza a crendice popular que quanto mais tempo passam juntas, mais as pessoas se tornam semelhantes umas com as outras. Isso ainda não aconteceu com eles, mas têm uma união que impressiona. Para ilustrar isso, conto o que ouvi, acredite quem quiser. Vendo o peixe ao preço que comprei...
Meu pai acordou contando do sonho que teve: que minha mãe pedia sem parar umas garrafinhas de Coca-Cola, e tomava uma, duas cinco, dez. Na verdade o que havia lá dentro era cuba-libre, o único drink que meu pai sabe preparar – e faz questão de oferecer a qualquer visita aqui em casa. Mas ele sonhou que ela tomava diversas garrafas de cuba, sem nunca se saciar.
Pois bem, nessa manhã minha mãe acorda com a cabeça estourando, estômago embrulhado, como se tivesse tomado um porre. Disse que não sabia o motivo de tal mal-estar, até meu pai contar sobre o sonho que tivera.
Acho que a isso é que se dá o nome de cumplicidade...
3 comentários:
essa cumplicidade com alguém é anualmente um dos meus pedidos de Natal. Mas acho que preciso gritar, porque Deus parece não estar me ouvindo...
Que lindo...
Tbm quero um amor assim!!!
Muito curiosa esta história dos teus pais :))))
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